EDITORIAIS


NOVA CULTURA DA ÁGUA
CRISES, RISCOS E TENDÊNCIAS GLOBAIS
2005-2014 - DÉCADA DA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
MUDANÇAS CLIMÁTICAS


NOVA CULTURA DA ÁGUA

A água tem sido considerada como um recurso infinito e renovável.
Textos escolares mostram o "ciclo da água", a evaporação e a chuva devolvendo a água às suas fontes naturais e assim rios, lagos. represas e aqüíferos subterrâneos, num ciclo constante permanecem inalteráveis.
Para ser assim, se teria que manter um equilíbrio constante entre a oferta e a demanda.
No entanto, em escala planetária, o consumo de água duplica a cada 20 anos; ao que se agrega o consumo indiscriminado, irracional e predatório.

Este consumo tem produzido um efeito degradante através de diversos e até complexos contaminantes como metais pesados, agrotóxicos, pesticidas, hidrocarboretos e outros, superando todo o sistema de assimilação natural dos ecossistemas.
Segundo o Relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos em Águas Receptoras, 50% da população dos países em desenvolvimento seriam as mais expostas a fontes de águas contaminadas.
A Declaração Européia para Uma Nova Cultura da Água conclui que existem soluções e tecnologias que poderiam minimizar o conflito.
Faltaria então que as governanças públicas assumam a responsabilidade, invistam, adotem e promovam ações eficientes e competentes para tratar e agir seriamente sobre a questão.
A Sociedade Civil, como controladora social tem também sua responsabilidade, devendo em seus programas colocar como prioritário, análises e conclusões sobre o problema e conflitos da água e do uso do solo tornando assim mais eficiente e objetiva sua participação dentro dos espaços, quaisquer que sejam, para promover a discussão e o encaminamento de propostas consistentes e exigir aos poderes e administrações públicas todas as competências e responsabilidades.
Tanto a sociedade civil como principalmente as escolas, devem elaborar e aplicar programas de educação socioambiental críticos e demonstrativos das causas, efeitos, assim como das conseqüências e responsabilidades.
É necessária a promoção da Nova Cultura da Água, mas esta não deve ser focalizada somente na economia do recurso, tem que ser fundamentada nos históricos e nas causas.

A sociedade, através de sua participação consciente, deve resposabilizar-se e responsabilizar.

Eduardo Raccioppi
Diretor Presidente IAPD - Aruanda Ambiente

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CRISES, RISCOS E TENDÊNCIAS GLOBAIS

Água e recursos naturais
A escassez de água, de outros recursos naturais e as mudanças climáticas são os principais problemas em crise que colocam em risco a sustentabilidade planetária.
Partindo de uma análise primária sobre os riscos da escassez da água, esta nos indicaria a falta de água para beber e produzir alimentos, fato real, evidente e inquestionável e que inviabilizaria a vida e, quando possível de conservá-la, a degradaria progressivamente até sua extinção.
A água já falta em quantidade e qualidade em uma parte do mundo, no continente Latino-americano e também dentro das fronteiras do Brasil.
Temos uma das maiores reservas - quem poderia imaginar que teríamos secas na Amazônia? Temos e continuaremos tendo.
A água abundante que temos está situada longe das maiores demandas e das regiões de escassez instalada, onde se concentra quase toda a produção de bens e serviços e a população que mais cresce. E isto não é somente nas megalópoles e centros urbanos; as regiões interioranas e zonas de baixa densidade do Estado de São Paulo estão ou muito em breve estarão na mesma situação de degradação e escassez se não tomadas medidas prioritárias e urgentes.
Todo argumento e aparência de “abundância” de água, assim como teorias de ciclos permanentes de reposição, além de aparentes são ilusórios e desprovidos de inteligência e responsabilidade.
A instabilidade global, considerando-se principalmente as grandes potências econômicas governamentais e privadas, se focaliza em três eixos fundamentais: a crise de energia produzida pelo esgotamento dos recursos naturais como o petróleo, a água e os espaços de solo para a produção de alimentos.
A hegemonia global procura garantir seus próprios recursos e para isto se vale dos condicionamentos sobre os países emergentes (o que emerge não sai da superfície) aos quais limita seu desenvolvimento econômico, tecnológico, humano e social valendo-se de pressões ou de alianças ou submissões voluntárias e aderentes que implicam no subdesenvolvimento, na exportação de recursos manufaturados de baixo valor ou de produção ambiental impactante e na importação de tecnologia e produtos de maior valor agregado e de menor impacto, além da imposição e condicionamentos culturais hegemônicos globais. Dependendo das estratégias de curto e longo prazo, estas hegemonias se valem de outros meios como a compra de governantes supremos, a militarização, a invasão e a guerra. Observadores internacionais analisam algumas ações como a privatização de recursos hídricos na Bolívia, o problema do Iraque que além de grandes reservas petrolíferas se sustenta por dois dos maiores rios do Oriente Médio onde a água é mais importante que o petróleo e a questão de nossas fronteiras com as “plataformas” militares na selva amazônica Colombiana e recentemente as operações de tropas dos EUA no Paraguai que contou com a presença da máxima cúpula militar dos EUA justificando a segurança da tríplice fronteira Brasil-Paraguai-Argentina, justamente acima e na região de recarga de um de nossos maiores aqüíferos - o Aqüífero Guarani que se encontra no subsolo dos três países e é chamado de “o grande oceano subterrâneo”, somada à proximidade de Itaipu, a maior produtora de energia elétrica a bi-nacional, Brasil-Paraguai.
Esta questão estratégica, ao menos publicamente, não tem sido pautada nem discutida em dois dos países envolvidos, Brasil e Argentina, já que Paraguai, coadjuvante voluntário local no teatro militar-operacional, deve ser respeitado e justificado no exercício de sua soberania e autodeterminação na política de cooperação militar com os EUA.
Isto não deveria ser desconsiderado mas sim objeto de análise e discussão no que compete às estratégias futuras para as garantias da soberania interna, tanto territorial como dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável.

Mudanças climáticas
O aquecimento global provocado pelas emissões de gases, os desmatamentos, a impermeabilização do solo, as monoculturas agrícolas intensivas e a desertificação, entre outros fatores, tem superado o estado de atenção e já se instala com o alerta próximo ao máximo. As grandes, médias e pequenas catástrofes multiplicadas, permanentes e de todo tipo o confirmam. As emissões têm baixado pouco em algumas regiões e aumentado muito em outras, entre elas no Brasil, produto do grande aumento das macro, médias e micro queimadas. A luz da análise atual e das intenções, tanto as economias consolidadas como as emergentes não indicam propósitos para mudanças substanciais que não sejam somente a adequação e redução de emissões e a conservação dos recursos. Ainda que existam condutas pró-ativas no sentido de promover a melhoria e as mudanças, estas majoritariamente são oriundas de iniciativas privadas, as quais apesar dos esforços, pouco significam no contexto global.

Tendências
Quando temos que abordar esta questão não podemos fazer uma análise detalhada.
Para definir tendências necessitamos entender um tempo passado, fixar-nos no presente e descrever o que os interesses, as governanças e os tecnocratas envolvidos nas responsabilidades delegadas desejam atender. No Global é preciso dizer que o tratado de Kioto está no caminho da obsolescência, independente de seu cumprimento ou não. A questão da água e especialmente nos países do consumo sem medida nos dão uma idéia, nos EUA o consumo per-capita é de 600 litros/dia, na Europa vai de 350 a 450 e no Brasil temos regiões onde o consumo passa dos 250 litros/dia, sendo que nas redes de distribuição se perde em média 30%. Nossa agricultura desperdiça entre 70 e 75% na irrigação, a quantidade de empresas que fazem reuso da água é minúscula. Nos orgulhamos de exportar alumínio sem considerar que é um eletrointensivo, que consome extraordinária quantidade de energia e água e sua produção gera grandes volumes de rejeitos industriais, assim como exportamos outros produtos de origem mineral eletrointensivos, e produtos agrícolas e pecuários como carnes e derivados, estes altos consumidores de água.
De todos estes problemas poderíamos dizer que as emissões de gases causadoras do efeito estufa e a conseqüente mudança climática e os desastres provenientes, poderiam num determinado prazo de tempo ser diminuídos, não eliminados. Isto tendo-se em conta o lado tecnológico, o que não prevalece no econômico e hegemônico.
Mas a questão da escassez e contaminação da água é muito mais grave e condenatória.
Os países ricos e hegemônicos poderão minimizar e atrasar seus problemas locais transladando sua produção causadora de emissões de gases, contaminantes, potenciais consumidoras de energia e água, a países chamados de emergentes e em desenvolvimento. A guerra pela água não está mais na imaginação, hoje se evidencia em atos e preparativos para um futuro sem data marcada, mas sim estimada.
Isto também se observa localmente: há uma Globalização nos marcos locais do País como um todo, em um Estado e em uma região. Temos questões localizadas e concentradas e outras disseminadas, como o exemplo de Cubatão onde seu crescimento está chegando ao limite, e “novas Cubatões” que começam a surgir em áreas de baixa resistência social e governantes adeptos e ineptos.
Se mantidos os atuais padrões de produção, consumo, concentração de renda e sistemas políticos sustentados pelo desenvolvimento insustentável, nosso planeta continuará se aproximando à condena sem volta.

A questão socioambiental é séria, a mais séria de todas as questões que o mundo necessitou enfrentar desde o inicio de sua existência. E isto não se resolve, nem paliativamente, com medidas populistas, clientelistas e demagógicas. Só há uma saída, uma única solução possível, a construção de um novo modelo econômico global e um novo modelo de consumo que permitam um equilíbrio racional que assegure as garantias de vida e da saúde de todos os habitantes do planeta. Isto só poderia acontecer através da aplicação e atualização permanente dos conceitos e princípios do Desenvolvimento Sustentável, tendo como única e legitima prioridade a preservação dos recursos naturais, da existência e da qualidade de vida ad eternum.

Eduardo Raccioppi
Diretor Presidente IAPD - Aruanda Ambiente

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2005-2014 - DÉCADA DA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A Aruanda Ambiente está presente desde o início das discussões nas Nações Unidas.
Já aderiu e está trabalhando em Projetos dedicados

DÉCADA DA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
2005-2014

As Nações Unidas institui a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável 2005-2014 que foi lançada mundialmente no mês de maio de 2005.
Esta resolução das Nações Unidas é a conclusão de alguns anos de intensos e profundos trabalhos de levantamentos de dados, pesquisas e verificações, que determinaram indicadores e evidências de resultados globais e localizados que afetam e colocam em risco a humanidade. Estes resultados classificaram a questão socioambiental como grave, a qual deve ser tratada como emergência planetária. Os estudos demonstraram que o melhor e mais eficiente caminho para se chegar a resultados efetivos na sustentabilidade, seria a Educação como maior valor, relevância e valia.
O Chamado da ONU, numa de suas partes, exige o compromisso e responsabilidades das autoridades públicas em todos os níveis, do mundo todo, seus hemisférios, continentes, países, estados, municípios, comunidades, escolas e lares, não se excluindo as instituições privadas e organizações não governamentais envolvidas nas questões do desenvolvimento sustentável, do meio ambiente e da sociedade.

A ARUANDA AMBIENTE desde o início das discussões no âmbito das Nações Unidas, tem seguido com atenção e dedicação a questão e colocou o assunto como pauta principal nas discussões e nos projetos direcionados ao Desenvolvimento Sustentável, priorizando a Capacitação, a Educação e o Treinamento Ambiental.
Claro está que desde sua fundação em 1990, a ARUANDA AMBIENTE é consciente e convicta de que a Educação, em todas suas formas, se constitui como único caminho favorável para o desenvolvimento social e econômico, a preservação e melhoria da qualidade de vida, o progresso humano e a sustentabilidade presente e futura.
Para nós este início da “DÉCADA DA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2005-2014)” representa uma esperança a se comemorar no Dia Mundial do Meio Ambiente. Por essa razão nos somamos às crÍticas, ao repúdio, à indignação sobre a situação atual e às manifestações em favor de um mundo melhor, sustentável, que possa garantir a qualidade de vida e o futuro desta e das próximas gerações.

Eduardo Raccioppi
Diretor Presidente IAPD - Aruanda Ambiente

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

2005 EM CIFRAS
MAIS DE 350.000 MORTOS,
QUASE 25 MILHÕES DE REFUGIADOS AMBIENTAIS POR CATÁSTROFES,
MAIS DE 200 BILHÕES DE DÓLARES DE PERDAS E CUSTOS.

Os desastres naturais em sua maioria causados pelas mudanças climáticas provocadas pela crescente contaminação ambiental da atmosfera, o desmatamento velado, criminal e impune, a ocupação desordenada e sem critério do solo, o crescimento populacional concentrado e outros fatores, assinam no ano de 2005 a certificação consagrada do desenvolvimento a qualquer custo, da falta de escrúpulo, da inconsciência, dos crimes ambientais promovidos e da falta de princípios humanos fundamentais. Os exercícios de remediação ainda não conseguiram sequer começar. O discurso está bem longe de chegar à prática. E em muitos casos a desgovernaça e a ineficiência contribuem favorecendo a continuidade da incerteza de sustentabilidade planetária, regional e local.
2005 foi um dos quatro anos mais quentes desde o começo das medições instrumentais (em 1861).
Os registros mostraram que as regiões de maior incidência foram amplas zonas da África, Austrália, Brasil, China, EUA, Atlântico Norte e o oceano Índico. Os furacões alcançaram o maior número com as maiores potências historicamente registradas.
Segundo a OMM, o fechamento da década 1995-2205, registrou em 2005 o ano de maior aceleração das mudanças climáticas. A temperatura média chegou a subir 0,48 graus sobre a média de 1961 e 1990. A mesma Organização registrou o recorde de aumento da temperatura da água no Atlântico Norte provocando a redução em 2005 de 20% da superfície gelada do Ártico. A diminuição da calota polar Ártica foi a maior da média medida entre 1979 e 2004.
As vítimas fatais e de refugiados ambientais superaram as de todas as guerras, perseguições políticas e atos de terror.
Organizações e estudiosos especializados dedicados ao assunto confirmam que o problema recém está começando e se estendem em afirmar que a médio prazo a situação terá características dramáticas.
A questão ambiental não pode ser simplesmente focalizada desde a ótica do desastre provocado pelas causas naturais ou do desenvolvimento insustentável e dos crimes ambientais.
Os refugiados ambientais não podem ser medidos em cifras de evacuados ou deslocados por catástrofes.
Os refugiados e exilados ambientais desde o ângulo socioambiental, são todos aqueles obrigados a deixar seus espaços naturais e de origem por qualquer motivo que os obrigue a deslocar-se a outras regiões e locais que lhes permitam continuar sua vida e de suas famílias. Estes refugiados na maioria das vezes ocupam espaços de risco que os desastres ou acontecimentos climáticos ou produzidos pela falta de critérios de planejamento, ausência pública ou incompetência política, os convertem de refugiados a vítimas.
Não só as catástrofes naturais, climáticas e ambientais contabilizam vítimas e refugiados.
Se faz também necessário levar ao terreno da contabilidade ambiental as conseqüências provocadas pela desinformação, pela exclusão social, a falta de competências, planejamento, governança e políticas públicas no campo socioambiental.

Eduardo Raccioppi
Diretor Presidente IAPD - Aruanda Ambiente

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